Num espaço antes definido como arquivo da Biblioteca Municipal de Coimbra, foram edificados grandes panos de parede a revestir a estrutura existente, não tanto como forma de autonomizar as novas salas em células independentes e mostrar distintamente dois tempos de intervenção, mas antes para resolver a necessidade de criação de área expositiva.
A demolição da parede poente permite estabelecer uma forte cumplicidade entre interior e exterior, tirando partido da luz filtrada pela copa das grandes árvores, enfatizando a relação visual com o jardim ao reforçar a axialidade da estrutura existente. Devido às exigências mecânicas da arte contemporânea, o teto mantém o acabamento inicial — reboco areado grosso — e o pavimento é em betonilha afagada à cor natural. O miniauditório e livraria têm um revestimento de todos os planos em madeira, funcionando como armários quase a totalidade das paredes.
A sua missão, tipologia e estratégia programática é, naturalmente, em tudo semelhante à do edifício Sede do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra.