Do russo, Maskirovka significa dissimulação, decepção ou  a manipulação do óbvio para enganar o que pensamos saber.  Este projecto, composto por 25 fotografias a cores e um filme, também a cores, com 17 minutos, investiga os mecanismos pelos quais construímos significado a partir do que vemos, em relação ao que sabemos. Em particular, interroga a articulação da imagem fotográfica (e o que esta constrói a partir do facto experienciado) com a linguagem do cinema e a encenação de um texto factual. Como é que o que vemos e ouvimos participa no entendimento das coisas? O que é que a palavra, livre dos constrangimentos do processo fotográfico, permite imaginar e como é que a sua leitura concorre com o que se verifica numa fotografia? Qual é a ligação entre a verosimilhança inerente ao documento fotográfico  e a suspensão de descrença necessária à ficção?

O filme é protagonizado por Diogo Dória e João Pedro Bénard. Maskirovka conta, ainda, com um texto crítico da autoria de Emília Tavares, intitulado Verdade ou Consequência? a fábula das imagens.