Fundado em 1958, o Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), é um organismo autónomo da Academia de Coimbra, com autonomia artística e administrativa, sendo uma associação cultural sem fins lucrativos, reconhecida de manifesto interesse cultural pelo Estado Português, que pretende sensibilizar e interessar o público para a Arte Contemporânea e a Cultura. Tem como objectivos nucleares a promoção e difusão das artes visuais, cativando públicos para a arte contemporânea, proporcionar um conhecimento alargado dos panoramas artísticos contemporâneos, suas componentes e narrativas, fomentando o gosto pela fruição artística e promover exposições de arte contemporânea e actividades de animação cultural pluridisciplinares.
O edifício que é sede da instituição situa-se num conjunto de casas de renda, dos anos 1930 do século XX, situado junto à cota baixa das Escadas Monumentais. O edifício sede foi um espaço fundador para a experiência e para os múltiplos modos de ser que caracterizaram os cinquenta anos de vida do CAPC. Originalmente concebido como residência de uma família burguesa, este prédio transformou-se — para nomes significativos da Arte Portuguesa Contemporânea como sejam Túlia Saldanha, Armando Azevedo, Ernesto de Sousa, João Dixo, Alberto Carneiro, Ângelo de Sousa, Julião Sarmento, João Vieira, Michael Biberstein, Pedro Cabrita Reis, Pedro Portugal, Pedro Proença, Xana, Rui Chafes, Paulo Mendes, João Tabarra, Rui Serra, António Olaio, Sebastião Resende, Miguel Palma, Wolf Vostell e Robert Filliou — num laboratório de práticas expressivas, num espaço de enorme abertura conceptual, propício à reflexão e ao ativismo artístico. Aqui tomaram corpo formas de realização artística de épocas culturais distintas como o Modernismo tardio ou o Pós-Modernismo, modos de produção artística que carregavam o desejo de emancipação, de superação da história, da tradição, das convenções, impulsos críticos e interrogativos sobre o regime artístico ocidental. Todos estes elementos se afirmaram e acentuaram na temporalidade da sede original do CAPC, aprofundando a identidade entre a arquitetura doméstica da Rua Castro Matoso e a desta experiência histórica.
