O Lugar do Espectador, enquanto projecto expositivo, propõem-se como um encontro de dois percursos, a partir da obra de cada uma das artistas e da experiência da paisagem desenhada pelo jardim que acolhe o espaço construído. A arquitectura, que dá corpo às salas de exposição, e o Jardim da Sereia são como contentores/ecrãs de espaços ficcionais que se prolongam numa relação orgânica e concomitante. O repto lançado a Ana Pérez-Quiroga e HElena Valsecchi tem como ponto de partida um texto de Italo Calvino, «Autobiografia de um Espectador», que faz parte do livro O Caminho de San Giovanni. Nesse repto, o sentido em que o autor se reconhece como espectador de cinema, durante um período da segunda metade do século XX da história Italiana, interroga a sua paixão pela narrativa dos ecrãs, e descreve com detalhe as diversas histórias e estórias desta forma de expressão numa estreita relação com o quotidiano que lhe é coevo.
Tomando como ponto de partida este cruzamento entre a arte e a vida, essa ideia de construção cinematográfica, de montagem e edição, reconfigura o lugar do espectador para um campo de possibilidades que se propõe, através da experiência artística, reequacionar a nossa própria experiência, ainda que por momentos, nas salas da exposição. Ao partilhar o sentimento de perda, ou de paixão, como a fragilidade de um percurso, e de uma memória do corpo e do espírito, surge uma interrogação nas diversas modalidades que estes podem assumir. Seja nas seduções do desejo, ou numa outra forma de respirar, transparente como um alvéolo, ou nas amplas janelas que partilham e fazem ressoar o jardim nas salas que se transformam em ecrãs, como num prado de um piquenique sob um céu pintado que nos envolve, como os desenhos de caminhos e palavras luminosas que devolvem a paisagem em aparente suspensão. O lugar do espectador é o espaço da reconfiguração da memória, do olhar e de uma corporalidade indeterminada que regressa nas obras da exposição.
João Silvério
O autor não segue o Acordo Ortográfico em vigor.
O Lugar do Espectador, enquanto projecto expositivo, propõem-se como um encontro de dois percursos, a partir da obra de cada uma das artistas e da experiência da paisagem desenhada pelo jardim que acolhe o espaço construído. A arquitectura, que dá corpo às salas de exposição, e o Jardim da Sereia são como contentores/ecrãs de espaços ficcionais que se prolongam numa relação orgânica e concomitante. O repto lançado a Ana Pérez-Quiroga e HElena Valsecchi tem como ponto de partida um texto de Italo Calvino, «Autobiografia de um Espectador», que faz parte do livro O Caminho de San Giovanni. Nesse repto, o sentido em que o autor se reconhece como espectador de cinema, durante um período da segunda metade do século XX da história Italiana, interroga a sua paixão pela narrativa dos ecrãs, e descreve com detalhe as diversas histórias e estórias desta forma de expressão numa estreita relação com o quotidiano que lhe é coevo.
Tomando como ponto de partida este cruzamento entre a arte e a vida, essa ideia de construção cinematográfica, de montagem e edição, reconfigura o lugar do espectador para um campo de possibilidades que se propõe, através da experiência artística, reequacionar a nossa própria experiência, ainda que por momentos, nas salas da exposição. Ao partilhar o sentimento de perda, ou de paixão, como a fragilidade de um percurso, e de uma memória do corpo e do espírito, surge uma interrogação nas diversas modalidades que estes podem assumir. Seja nas seduções do desejo, ou numa outra forma de respirar, transparente como um alvéolo, ou nas amplas janelas que partilham e fazem ressoar o jardim nas salas que se transformam em ecrãs, como num prado de um piquenique sob um céu pintado que nos envolve, como os desenhos de caminhos e palavras luminosas que devolvem a paisagem em aparente suspensão. O lugar do espectador é o espaço da reconfiguração da memória, do olhar e de uma corporalidade indeterminada que regressa nas obras da exposição.
João Silvério
O autor não segue o Acordo Ortográfico em vigor.
Curadoria
João Silvério
Organização
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra
Coordenação de produção
Daniel Madeira
Produção
Daniel Madeira
Diana Santos
Coordenação de montagem
Jorge das Neves
Montagem
Jorge das Neves
Marco Graça
Fotografia
Jorge das Neves
Texto
João Silvério
Tradução
Hugo Carriço (Estagiário FLUC)
Revisão
Carina Correia
Tradução
José Roseira
Direção de Arte
João Bicker
Joana Monteiro
Design Gráfico
Alexandra Oliveira
Programa educativo
Jorge Cabrera