Fogo
Gil Mac
2024
até 
31
August 2024
Casa das Artes de Miranda do Corvo
Fogo

Fogo

Exposição Coletiva

Fogo

Exposição Coletiva

7
June 2024
a
31
August 2024
Casa das Artes de Miranda do Corvo

A paisagem vulcânica, pela sua forte dimensão telúrica e proximidade à pulsação e respiração da terra, é o território eleito de indagação. Esta exposição é um «diário de uma expedição», uma seleção de fotografias analógicas do arquivo biográfico inscrito no corpo de Gil Mac, um dos intérpretes de Cratera, espetáculo da CiRcoLando, que decidiu focar a pesquisa e parte do processo de criação na Ilha do Fogo, Cabo Verde. O imaginário é intemporal, imenso e poeticamente enfático, transportando-nos para o «Inferno» de John Milton. Estradas de lava e um silêncio ensurdecedor, apaixonante e fecundo.

Gil Mac confronta a massa bruta e informe resultante da ação vulcânica na Ilha do Fogo. Este caos primordial oprime geologicamente o corpo do intérprete e é sensibilizado pelo olho-espírito do fotógrafo que fixa esta imago terrae. A 2000 metros de altitude, cercado pelas ruínas da parede de um cone vulcânico que colapsou num passado distante, sentimo-nos parte da metamorfose geológica do mundo, onde o inumano está prenhe da semente das coisas. Esmagado por esta escala abismal, o performer esboça um gesto titânico de criação simbólica pré- verbal, através da elaboração solitária de um ritual inscrito no mar de lava. Desenha com materiais piroclásticos um círculo que reproduz a bordeira que rodeia a Chã das Caldeiras, vigiado pelo omnipresente Pico do Fogo. Este hemiciclo que trunca o topo da ilha é transposto para o espaço expositivo, criando uma relação de campo/ contracampo. Convergindo para o centro, a paisagem vulcânica contrasta com as evidências de ocupação humana da base do vulcão na resistência e insistência dos habitantes da Chã em fazer deste território aparentemente inóspito e ameaçador a sua casa. Mas também na interferência do sistema-mundo através da presença inusitada destes estrangeiros em modo de residência artística, nos gestos mundanos que trazem e nos seus corpos que se tornam anúncios dominados pela palavra vestida das criações de moda do autor — «o inferno vencerá» —, a inevitável sucessão de criação pela destruição, o consumo autofágico plasmado no ouroboros canino que encerra a exposição.

Gonçalo Mota

A paisagem vulcânica, pela sua forte dimensão telúrica e proximidade à pulsação e respiração da terra, é o território eleito de indagação. Esta exposição é um «diário de uma expedição», uma seleção de fotografias analógicas do arquivo biográfico inscrito no corpo de Gil Mac, um dos intérpretes de Cratera, espetáculo da CiRcoLando, que decidiu focar a pesquisa e parte do processo de criação na Ilha do Fogo, Cabo Verde. O imaginário é intemporal, imenso e poeticamente enfático, transportando-nos para o «Inferno» de John Milton. Estradas de lava e um silêncio ensurdecedor, apaixonante e fecundo.

Gil Mac confronta a massa bruta e informe resultante da ação vulcânica na Ilha do Fogo. Este caos primordial oprime geologicamente o corpo do intérprete e é sensibilizado pelo olho-espírito do fotógrafo que fixa esta imago terrae. A 2000 metros de altitude, cercado pelas ruínas da parede de um cone vulcânico que colapsou num passado distante, sentimo-nos parte da metamorfose geológica do mundo, onde o inumano está prenhe da semente das coisas. Esmagado por esta escala abismal, o performer esboça um gesto titânico de criação simbólica pré- verbal, através da elaboração solitária de um ritual inscrito no mar de lava. Desenha com materiais piroclásticos um círculo que reproduz a bordeira que rodeia a Chã das Caldeiras, vigiado pelo omnipresente Pico do Fogo. Este hemiciclo que trunca o topo da ilha é transposto para o espaço expositivo, criando uma relação de campo/ contracampo. Convergindo para o centro, a paisagem vulcânica contrasta com as evidências de ocupação humana da base do vulcão na resistência e insistência dos habitantes da Chã em fazer deste território aparentemente inóspito e ameaçador a sua casa. Mas também na interferência do sistema-mundo através da presença inusitada destes estrangeiros em modo de residência artística, nos gestos mundanos que trazem e nos seus corpos que se tornam anúncios dominados pela palavra vestida das criações de moda do autor — «o inferno vencerá» —, a inevitável sucessão de criação pela destruição, o consumo autofágico plasmado no ouroboros canino que encerra a exposição.

Gonçalo Mota

Artistas

Gil Mac

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Localização e horário

Localização

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Terça a sexta, 14h00 às 17h30 Sábado, 14h30 às 18h00

Atividades associadas

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Agradecimentos

CiRcoLando CRATERA Ana Carvalhosa Ana Rita Xavier André Braga Cláudia Figueiredo Gonçalo Mota João Sarnadas Lucília Raimundo Nuno Barreto Ramon Lima

Notícias Associadas

Mais informações

Ficha técnica

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Curadoria
Jorge das Neves

Organização
CAPC – Círculo de Artes Plásticas de Coimbra

Produção
Daniel Madeira (coordenação)
Diana Santos

Assistência à produção
Ivone Antunes

Montagem
Jorge das Neves (coordenação)
Marco Graça

Texto
Gonçalo Mota

Tradução
Hugo Carriço (Estagiário FLUC)

Revisão
Carina Correia

Direção de arte
João Bicker
Joana Monteiro

Design gráfico
Alexandra Oliveira

Programa educativo
Jorge Cabrera

Impressões
T.ART

Apoios

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Apoios institucionais