1. Experiri é uma palavra latina que poderemos traduzir por «demonstrar, fazer prova de, provar», formada por ex, «fora», e peritus, «testado com conhecimento», e que deu origem a experientia, «conhecimento obtido através de tentativas repetidas».
2. Somos, evidentemente, permeáveis ao mundo e à necessidade da sua fragmentação. A apreensão do todo é impossível; cingimo-nos à impressão do real, que nos chega através dos sentidos.
3. A consciência do mundo forma-se assim. Devolvê-la, materializada, é uma decisão individual.
4. Os objetos artísticos aqui representados são reverberações inomináveis do real, ora mais próximas, ora mais afastadas dos seus referentes. Talvez assim se possa definir experiência: aquilo que eu faço com o que me sobra no fim diário do mundo.
5. Talvez Antónia Labaredas utilize a reminiscência como matéria-prima, antes dos materiais propriamente ditos. Dado o próprio método de execução no campo da cerâmica, talvez possamos ver o fogo como um médio entre a memória e a sua representação.
6. A própria composição matérica, feita de mundo, pode quebrar ao ser-lhe devolvida. A forma que lhe é dada para que seja visível é perecível, como toda e qualquer coisa visível.
7. Revolver, no dicionário Priberam, primeira entrada: «Mover de baixo para cima, de um lado para outro ou em várias direcções e sentidos» — e acrescento, a partir destas obras — à procura de consubstanciar o mundo.
Daniel Madeira
1. Experiri é uma palavra latina que poderemos traduzir por «demonstrar, fazer prova de, provar», formada por ex, «fora», e peritus, «testado com conhecimento», e que deu origem a experientia, «conhecimento obtido através de tentativas repetidas».
2. Somos, evidentemente, permeáveis ao mundo e à necessidade da sua fragmentação. A apreensão do todo é impossível; cingimo-nos à impressão do real, que nos chega através dos sentidos.
3. A consciência do mundo forma-se assim. Devolvê-la, materializada, é uma decisão individual.
4. Os objetos artísticos aqui representados são reverberações inomináveis do real, ora mais próximas, ora mais afastadas dos seus referentes. Talvez assim se possa definir experiência: aquilo que eu faço com o que me sobra no fim diário do mundo.
5. Talvez Antónia Labaredas utilize a reminiscência como matéria-prima, antes dos materiais propriamente ditos. Dado o próprio método de execução no campo da cerâmica, talvez possamos ver o fogo como um médio entre a memória e a sua representação.
6. A própria composição matérica, feita de mundo, pode quebrar ao ser-lhe devolvida. A forma que lhe é dada para que seja visível é perecível, como toda e qualquer coisa visível.
7. Revolver, no dicionário Priberam, primeira entrada: «Mover de baixo para cima, de um lado para outro ou em várias direcções e sentidos» — e acrescento, a partir destas obras — à procura de consubstanciar o mundo.
Daniel Madeira
Curadoria
Jorge das Neves
Organização
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra
Coordenação de produção
Daniel Madeira
Produção
Daniel Madeira
Diana Santos
Assistência à produção
Ivone Antunes
Montagem
Jorge das Neves
Marco Graça
Fotografia
Jorge das Neves
Texto
Daniel Madeira
Tradução
Hugo Carriço (Estagiário FLUC)
Revisão
Carina Correia
Direção de Arte
João Bicker
Joana Monteiro
Design Gráfico
Alexandra Oliveira
Programa educativo
Jorge Cabrera