A shot in the eye é um projeto que parte de uma experiência traumática, um problema ocular grave que me manteve quase dois anos afastado do mundo, lutando para não perder definitivamente o meu olho direito.
Um projeto que, centrado na imagem e na sua construção, analisa e interroga os mecanismos da percepção e da representação.
Partindo de um relato, uma espécie de crónica deste período, escrito ao modo de um sintético guião cinematográfico, desenvolve-se um projeto estruturado através de uma série de propostas que giram em torno da escrita e do desenho, com claras referências à pintura, ao cinema e, incluso, a estilos como a Op Art.
Escrita e desenho devêm, assim, uma forma de «re-seguir» o processo, de fixar a dura experiência, funcionando ao mesmo tempo como catarse, como via libertadora. Desenhar, agora, é resistir. E ambos, desenho e escrita, se encontram aqui relacionados, sendo a grafite e o papel os elementos que simbolizam esta união entre texto e imagem. A grafite, por seu lado, tem uma característica ótica que faz com que, segundo a incidência da luz, se possa ver como um negro profundo, de aparência mate, ou como um cinza prata brilhante que chega incluso a dificultar a correta visão da obra, mostrando, assim, a própria trama, ou seja, os múltiplos traços que conformam o desenho. São o rasto do ato, da ação que constrói a imagem. A trama, o elemento aparentemente invisível que sustenta e conforma todo o ato da «re-presentação», é usada, aqui, como um jogo óptico entre o visível e o invisível que interroga o modo de percepcionar e representar a realidade e, com isso, a própria construção da imagem.
Eduard Arbós
A shot in the eye é um projeto que parte de uma experiência traumática, um problema ocular grave que me manteve quase dois anos afastado do mundo, lutando para não perder definitivamente o meu olho direito.
Um projeto que, centrado na imagem e na sua construção, analisa e interroga os mecanismos da percepção e da representação.
Partindo de um relato, uma espécie de crónica deste período, escrito ao modo de um sintético guião cinematográfico, desenvolve-se um projeto estruturado através de uma série de propostas que giram em torno da escrita e do desenho, com claras referências à pintura, ao cinema e, incluso, a estilos como a Op Art.
Escrita e desenho devêm, assim, uma forma de «re-seguir» o processo, de fixar a dura experiência, funcionando ao mesmo tempo como catarse, como via libertadora. Desenhar, agora, é resistir. E ambos, desenho e escrita, se encontram aqui relacionados, sendo a grafite e o papel os elementos que simbolizam esta união entre texto e imagem. A grafite, por seu lado, tem uma característica ótica que faz com que, segundo a incidência da luz, se possa ver como um negro profundo, de aparência mate, ou como um cinza prata brilhante que chega incluso a dificultar a correta visão da obra, mostrando, assim, a própria trama, ou seja, os múltiplos traços que conformam o desenho. São o rasto do ato, da ação que constrói a imagem. A trama, o elemento aparentemente invisível que sustenta e conforma todo o ato da «re-presentação», é usada, aqui, como um jogo óptico entre o visível e o invisível que interroga o modo de percepcionar e representar a realidade e, com isso, a própria construção da imagem.
Eduard Arbós
Organização
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra
Produção
Ana Sousa
Catarina Bota Leal
Montagem
Jorge das Neves
Fotografia
Jorge das Neves
Texto
Luís Quintais
Tradução
Hugo Carriço (Estagiário FLUC)
Revisão
Carina Correia
Direção de Arte
João Bicker
Design Gráfico
Joana Monteiro
Programa educativo
Joana Monteiro
Assessoria de imprensa
Isabel Campante (Ideias Concertadas)