O tamanho relativo das coisas no universo e o efeito de acrescentar mais um zero
Rodrigo Oliveira
2013
até 
2
November 2013
Círculo Sereia
O tamanho relativo das coisas no universo e o efeito de acrescentar mais um zero

O tamanho relativo das coisas no universo e o efeito de acrescentar mais um zero

Collective Exhibition

O tamanho relativo das coisas no universo e o efeito de acrescentar mais um zero

Exposição Coletiva

16
July 2013
to
2
November 2013
Círculo Sereia

“Sim, nada é transmissível a não ser o pensamento, a coroa do nosso trabalho.”
Le Corbusier, Julho de 1965

“Estamos a destruir a parede como o lugar de descanso das (…) pinturas.”
El Lissitzy

A essência metodológica do trabalho de Rodrigo Oliveira é a sinédoque: o todo (o cosmos, a vida material, a cultura de massas, a serialização fordista, a não-objectividade modernista, o funcionalismo, o higienismo, a história da arte, a mercadoria como “fantasmagoria”, a poética como recenseadora do quotidiano premente) aparece condensado na parte (a obra) e é restituído à sua condição de experiência.

Na obra de Rodrigo Oliveira o objecto é entendido como um fluxo para onde convergem as propriedades específicas de cada uma das manifestações da cultura visual que aqui soma o modernismo – em toda a sua amplitude – à imagem e à materialidade não artística, i.e, todo o material sobressalente e disponível para apropriação. Há um deslocamento sensorial, os objectos remetem-nos para a revolução simbólica e pictórica modernista (a visão redentora do campo artístico como superação das convenções e da maior de todas elas: a mimese) e ao mesmo tempo desviam-se para outros processos de existência ambígua dos materiais. “(…) Milhares de vezes eu pensei que a não-objectividade deveria ser elogiada porque graças a ela nós passamos a “ver” massas de objectos novos, de objectos que até podem ser velhos, ordinários mas cujas qualidades extraordinárias permaneciam ocultas, ignoradas.”1

Estas palavras que Aleksander Rodchenko colocou no seu diário como tributo confessional ao cubo-futurismo parecem ter sido escritas para incluírem também o aqui e agora da obra de Rodrigo Oliveira. Assim, constatamos que as obras aqui presentes são pura conservação de energia pronta para se tornar efeito e causa por esta sucessão, tal como um pedregulho colocado no telhado de uma casa aguarda a sua oportunidade para sair do limbo do dead labour e tornar-se cinético.

1 RODCHENKO, Aleksander.(Alexander Lavrentiev Ed.), Experiments for the Future – Diaries, Essays, letters, and other writings, Nova Iorque: MoMA, 2005, p.106.

“Sim, nada é transmissível a não ser o pensamento, a coroa do nosso trabalho.”
Le Corbusier, Julho de 1965

“Estamos a destruir a parede como o lugar de descanso das (…) pinturas.”
El Lissitzy

A essência metodológica do trabalho de Rodrigo Oliveira é a sinédoque: o todo (o cosmos, a vida material, a cultura de massas, a serialização fordista, a não-objectividade modernista, o funcionalismo, o higienismo, a história da arte, a mercadoria como “fantasmagoria”, a poética como recenseadora do quotidiano premente) aparece condensado na parte (a obra) e é restituído à sua condição de experiência.

Na obra de Rodrigo Oliveira o objecto é entendido como um fluxo para onde convergem as propriedades específicas de cada uma das manifestações da cultura visual que aqui soma o modernismo – em toda a sua amplitude – à imagem e à materialidade não artística, i.e, todo o material sobressalente e disponível para apropriação. Há um deslocamento sensorial, os objectos remetem-nos para a revolução simbólica e pictórica modernista (a visão redentora do campo artístico como superação das convenções e da maior de todas elas: a mimese) e ao mesmo tempo desviam-se para outros processos de existência ambígua dos materiais. “(…) Milhares de vezes eu pensei que a não-objectividade deveria ser elogiada porque graças a ela nós passamos a “ver” massas de objectos novos, de objectos que até podem ser velhos, ordinários mas cujas qualidades extraordinárias permaneciam ocultas, ignoradas.”1

Estas palavras que Aleksander Rodchenko colocou no seu diário como tributo confessional ao cubo-futurismo parecem ter sido escritas para incluírem também o aqui e agora da obra de Rodrigo Oliveira. Assim, constatamos que as obras aqui presentes são pura conservação de energia pronta para se tornar efeito e causa por esta sucessão, tal como um pedregulho colocado no telhado de uma casa aguarda a sua oportunidade para sair do limbo do dead labour e tornar-se cinético.

1 RODCHENKO, Aleksander.(Alexander Lavrentiev Ed.), Experiments for the Future – Diaries, Essays, letters, and other writings, Nova Iorque: MoMA, 2005, p.106.

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Organização
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra

Montagem
Círculo de Artes Plásticas

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Texto
Paulo Reis

Direção de Arte
Artur Rebelo
Lizá Ramalho
João Bicker

Design Gráfico
José Maria Cunha

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