Lugar Casa
Rita Gaspar Vieira
2014
até 
10
May 2014
Círculo Sede
Lugar Casa

Lugar Casa

Collective Exhibition

Lugar Casa

Exposição Coletiva

12
April 2014
to
10
May 2014
Círculo Sede

Lugar Casa

O desenho é transversal às mais diversas práticas artísticas contemporâneas e apesar das diferentes aproximações – eminentemente conceptuais, narrativas ou informais – é muitas vezes (e também aqui) uma actividade quotidiana de inscrição de um lugar, das suas características e história(s).

E de entre todos os lugares, o lugar casa é aquele que enquanto território de afirmação pessoal, palco de acções quotidianas e repositório de objectos de uso diário, encerra em si próprio mais características e funções comuns.

As obras que integram a exposição indiciam, ou denunciam, a eleição de objectos para esse uso diário e a forma como estes se relacionam com práticas circunscritas ao lugar casa, contendo vestígios, memórias e marcas dessa vivência.

Os trabalhos apresentados performatizam e contestam a insignificância de cada pequena actividade e de cada objecto utilizado, e ressalvam o papel do improviso e do acaso na construção da uma identidade e vivência singulares.

A obra Museu de coisas insignificantes recupera deliberadamente o livro homónimo de poemas de Charles Kiefer. Uma possível interpretação dos seus poemas diz-nos que aceitar esse museu significa aceitar que as coisas insignificantes podem afinal ter significado; não um significado próprio, único e imutável, mas um significado atribuído e permeável; implicará ainda a aceitação de que todo o museu é formado por coisas insignificantes e que o significado (e o valor) dessas coisas não está contido nelas próprias mas na relação que com elas podemos manter.

Com facilidade se transpõem o que acaba de ser dito sobre o museu para o quotidiano de cada um de nós: um processo cumulativo de selecção de objectos, práticas, gestos e lugares, visando a construção de uma rotina e simultaneamente da sua possibilidade de fuga.

Muitas vezes esta fuga ou disrupção acontece de forma acidental ou quase inconsciente – fruto do acaso. O acaso imponderável e imprevisível acrescenta e desvia mas de igual forma talha e molda a nossa história e aquilo que somos.

Rita Gaspar Vieira transforma a matéria-prima papel, afrontando peso e bidimensionalidade, em objectos de particular e delicada beleza mas também em monumentais registos e memórias, inscritos, embebidos e compostos de pesada e escura grafite.

Marca d’água replica o rodapé de duas paredes de uma das salas da (casa) sede do CAPC. Esta mimetização formal e cromática (pois também a sala é negra), enfatizada pelo deslocamento do molde em relação ao modelo, confere à peça o seu valor enquanto reprodução e registo das características da própria sala.

A vida quotidiana – as suas rotinas, as suas ausências, os seus acasos, as suas escolhas, as suas cicatrizes, as suas fugas, as suas acções e as suas consequências são matéria-prima, assunto e programa das obras da exposição, corporalizando a cada momento a tricotomia verbo – acção -registo.

— Andreia Poças, Abril de 2014

Lugar Casa

O desenho é transversal às mais diversas práticas artísticas contemporâneas e apesar das diferentes aproximações – eminentemente conceptuais, narrativas ou informais – é muitas vezes (e também aqui) uma actividade quotidiana de inscrição de um lugar, das suas características e história(s).

E de entre todos os lugares, o lugar casa é aquele que enquanto território de afirmação pessoal, palco de acções quotidianas e repositório de objectos de uso diário, encerra em si próprio mais características e funções comuns.

As obras que integram a exposição indiciam, ou denunciam, a eleição de objectos para esse uso diário e a forma como estes se relacionam com práticas circunscritas ao lugar casa, contendo vestígios, memórias e marcas dessa vivência.

Os trabalhos apresentados performatizam e contestam a insignificância de cada pequena actividade e de cada objecto utilizado, e ressalvam o papel do improviso e do acaso na construção da uma identidade e vivência singulares.

A obra Museu de coisas insignificantes recupera deliberadamente o livro homónimo de poemas de Charles Kiefer. Uma possível interpretação dos seus poemas diz-nos que aceitar esse museu significa aceitar que as coisas insignificantes podem afinal ter significado; não um significado próprio, único e imutável, mas um significado atribuído e permeável; implicará ainda a aceitação de que todo o museu é formado por coisas insignificantes e que o significado (e o valor) dessas coisas não está contido nelas próprias mas na relação que com elas podemos manter.

Com facilidade se transpõem o que acaba de ser dito sobre o museu para o quotidiano de cada um de nós: um processo cumulativo de selecção de objectos, práticas, gestos e lugares, visando a construção de uma rotina e simultaneamente da sua possibilidade de fuga.

Muitas vezes esta fuga ou disrupção acontece de forma acidental ou quase inconsciente – fruto do acaso. O acaso imponderável e imprevisível acrescenta e desvia mas de igual forma talha e molda a nossa história e aquilo que somos.

Rita Gaspar Vieira transforma a matéria-prima papel, afrontando peso e bidimensionalidade, em objectos de particular e delicada beleza mas também em monumentais registos e memórias, inscritos, embebidos e compostos de pesada e escura grafite.

Marca d’água replica o rodapé de duas paredes de uma das salas da (casa) sede do CAPC. Esta mimetização formal e cromática (pois também a sala é negra), enfatizada pelo deslocamento do molde em relação ao modelo, confere à peça o seu valor enquanto reprodução e registo das características da própria sala.

A vida quotidiana – as suas rotinas, as suas ausências, os seus acasos, as suas escolhas, as suas cicatrizes, as suas fugas, as suas acções e as suas consequências são matéria-prima, assunto e programa das obras da exposição, corporalizando a cada momento a tricotomia verbo – acção -registo.

— Andreia Poças, Abril de 2014

Artists

Rita Gaspar Vieira

Curated by

No items found.

Exhibition Views

No items found.
No items found.

Video

Location and schedule

Location

Localização

Tuesday to Saturday 2 p.m. to 6 p.m.

External link

Associated activities

Não foram encontradas atividades associadas.

Exhibition room sheet

Acknowledgements

Notícias Associadas

More information

Technical sheet

Open technical sheet

Organização
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra

Montagem
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra

Secretariado
Ivone Antunes

Texto
Andreia Poças

Direção de Arte
Artur Rebelo
Lizá Ramalho
João Bicker

Design Gráfico
unit-lab, por
Francisco Pires e Marisa Leiria

Support

No items found.

Institutional support