O desenho é a metodologia e o resultado do trabalho de Diogo Pimentão, mas não, necessariamente, o centro do seu processo.
Cada desenho é o resultado de um desenvolvimento a que podemos chamar performativo, mesmo quando a sua marca gráfica não é oriunda de uma performance que o artista realmente execute no espaço expositivo – embora isso também possa acontecer.
Digamos que cada desenho, ou cada série de desenhos (como também cada escultura, ou cada instalação) correspondem a um determinado desempenho de uma ação, ou de um conjunto de ações que, repetidamente, ensaiam uma possibilidade de afinar um procedimento cujo sentido só se manifesta na imanência da marca mas que parece sempre ser-lhe anterior.
Esta noção de afinação progressiva pela repetição está sempre presente, como a realização de um esforço para uma execução de um trabalho de precisão, cuja razão de ser reside na sua ficcional dificuldade. Assim, para cada procedimento, Diogo Pimentão define um conjunto de parâmetros, um conjunto de gestos possíveis que, quando repetidos, desenvolvem uma proficiência muito específica – tão específica que não constitui nenhum tipo de técnica, mas ganham uma exemplaridade, por vezes rodeada num mistério irónico sobre a sua faktura.
A forma é, portanto, um resultado necessário de uma alta performatividade não canónica, que se exerce no limiar do fracasso, da dificuldade ficcional de um virtuosismo sem orgulho, quase operário.
Podemos, portanto, concluir que a performance é a metodologia e o resultado do trabalho de Diogo Pimentão e que, por vezes, o desenho é o centro do seu processo.
Delfim Sardo
Janeiro de 2011
O desenho é a metodologia e o resultado do trabalho de Diogo Pimentão, mas não, necessariamente, o centro do seu processo.
Cada desenho é o resultado de um desenvolvimento a que podemos chamar performativo, mesmo quando a sua marca gráfica não é oriunda de uma performance que o artista realmente execute no espaço expositivo – embora isso também possa acontecer.
Digamos que cada desenho, ou cada série de desenhos (como também cada escultura, ou cada instalação) correspondem a um determinado desempenho de uma ação, ou de um conjunto de ações que, repetidamente, ensaiam uma possibilidade de afinar um procedimento cujo sentido só se manifesta na imanência da marca mas que parece sempre ser-lhe anterior.
Esta noção de afinação progressiva pela repetição está sempre presente, como a realização de um esforço para uma execução de um trabalho de precisão, cuja razão de ser reside na sua ficcional dificuldade. Assim, para cada procedimento, Diogo Pimentão define um conjunto de parâmetros, um conjunto de gestos possíveis que, quando repetidos, desenvolvem uma proficiência muito específica – tão específica que não constitui nenhum tipo de técnica, mas ganham uma exemplaridade, por vezes rodeada num mistério irónico sobre a sua faktura.
A forma é, portanto, um resultado necessário de uma alta performatividade não canónica, que se exerce no limiar do fracasso, da dificuldade ficcional de um virtuosismo sem orgulho, quase operário.
Podemos, portanto, concluir que a performance é a metodologia e o resultado do trabalho de Diogo Pimentão e que, por vezes, o desenho é o centro do seu processo.
Delfim Sardo
Janeiro de 2011
Organização
Círculo de Artes Plásticas de Coimbra
Montagem
Círculo de Artes Plásticas
Círculo do Verso
Diogo Pimentão
Secretariado
Ivone Antunes
Texto
Delfim Sardo
Pedro Pousada
Direção de Arte
Artur Rebelo
Lizá Ramalho
João Bicker
Design Gráfico
José Maria Cunha